UX Research
Sobre a Next
A Next nasceu com o propósito de reduzir os desgastes impostos por trabalhos manuais e processos, redirecionando o tempo despendido para atividades que são realmente importantes e garantindo tranquilidade aos seus clientes ao conectá-los de maneira simples, intuitiva e inteligente.
Hoje, a Next conta, em seu portfólio, com uma série de aplicações de IoT e tecnologia baseadas em controle e gestão de objetos com RFID e Smart Tags. Essas soluções permitem que o cliente consiga monitorar qualquer objeto com uma pequena tag equipada com sensores que extraem diversos tipos de informações, como monitoramento em tempo real de temperatura e umidade de equipamentos e ambientes, que não envolvem termo-higrômetros convencionais e planilhas para registro no papel.
Contexto
O processo de transformação digital do setor de saúde começou há diversos anos, mas as principais evoluções ficaram ligadas aos equipamentos de diagnóstico e para cirurgias.
“Uma infinidade de processos e condutas ainda dependem exclusivamente de processos manuais, sujeitos a erros humanos e que demandam muito tempo para serem realizados.”
São desperdiçados cerca de R$1 bilhão em medicamentos por ano. Da mesma forma, 6,7% dos hospitais brasileiros declaram que já sofreram perdas significativas de insumos devido a desvios de temperatura no ambiente de armazenamento. Isso implica que a temperatura é o fator mais importante envolvido na degradação de produtos farmacêuticos. Ou seja, com o aumento da temperatura, aumenta a degradação química.
Em 2015, a CargoSense estimou que a perda de medicamentos no processo de cold chain chegou a $35bi.
Objetivos
Descrição da persona para o produto. Fazer pesquisa com os usuários e com o mercado para definir qual é a melhor plataforma de consumo dos dados e utilização do sistema (Mobile ou Desktop) baseada em engajamento e contexto do cliente.
No caso da aplicação Mobile, ter dados que apontem se o usuário prefere um app nativo (iOS ou Android, etc) ou se acessar a plataforma via web mobile é suficiente, no espectro das funcionalidades do sistema.
Conclusão sobre a melhor plataforma e UX para o produto dentro do mercado de saúde, baseada em dados coletados do próprio mercado, de usuários e clientes.
Processo de criação da persona
Entre pesquisa e aplicação o processo foi dividido em 4 etapas, sendo:
- Pesquisa investigatória e hipótesesEntender quais os objetivos que a Next poderia alcançar com o atual produto, conhecer os potenciais usuários que utilizariam o produto, como é a rotina do profissional que faz o controle de temperatura, elaboração de roteiro de perguntas com o cenário previsto na desk research;
- Entrevistas com usuáriosPresencial, telefone e formulário online, otimização do questionário, visita ao local de trabalho;
- Definição da persona e plataforma
- AplicaçãoQue tipo de tecnologia e serviço a Next pode oferecer junto do produto na fase de expansão.
Hipóteses
A partir da desk research foram encontrados alguns possíveis problemas:
Precariedade dos equipamentos: [link 1] [link 2];
“…sistemas de saúde que não investem em tecnologia, normalmente demonstram várias ineficiências…”
Falta de investimento em tecnologia: [link 3]
As soluções oferecidas no mercado parecem seguir um padrão de senso comum sobre o que precisa ser feito: controle de temperatura, umidade, evitar a proliferação de bactérias, “tenha um ótimo ar condicionado”, e automatização de processos.No geral são diferentes empresas de tecnologia oferecendo a mesma resposta.
Entrevistas
Houve uma boa recepção inicial, nos apresentamos como estudantes e explicamos como funcionava o programa, porém após a abordagem do tema, o cenário mudou completamente, eles ficaram muito inseguros e desconfiados.
"Somos orientadas a não conversas com empresas."Afirmou uma coordenadora de um dos hospitais que insistiu em não liberar a farmacêutica para a pesquisa.
Foram realizadas entrevistas presenciais em 2 hospitais e o cenário é o mesmo em relação aos equipamentos.
Ambas as entrevistas foram realizadas com pessoas do sexo feminino, farmacêuticas, pós-graduadas, tendo como principais dores a falta de investimento em equipamentos, ressaltaram que ao finais de semana não há profissionais presentes na unidade, o que acaba tornando as quedas de energia um grande problema.
"Se houver uma queda de energia no final de semana, nós só vamos saber na segunda-feira."
Nas entrevistas, foi confirmado que os hospitais não investem em tecnologia [link 3] e que são seletivos na hora de escolher uma área, na maioria das vezes o investimento é realizado onde o hospital pode ser autuado pela ANVISA.
Google Forms
No Google Forms foram coletadas 18 respostas, sendo 2 delas conduzidas por telefone. A 2ª pesquisa foi necessária para complementar algumas respostas que apareceram no primeiro formulário.
As 2 pesquisas foram divididas em 2 seções, a primeira parte com questões sobre dados pessoais (nome, idade, formação acadêmica, cargo, estado civil…), a segunda parte foi direcionada para a construção do mapa de empatia e estória da persona (hobbys, hábitos, família, amigos, objetivos pessoais).
No geral as dores dos usuários na maioria das vezes é relacionada à quedas de energia.
"Queda de energia, falta de manutenção."
"Qualidade do equipamento, queda de energia e manutenção."
"Quedas de energia, temperaturas nem sempre precisas."
Uma resposta pode ser destacada nas dores.
"Ficava preocupado com o paciente, várias vezes administrei o medicamento com medo da reação."
Além dos problemas relacionados a equipamento, vemos também o estresse que o profissional passa em um cenário que não proporciona inovação e cultura de trabalho saudável.
Personas
As personas foram divididas em 2 categorias, o perfil de gestão e o perfil operacional.
O perfil de gestão está relacionado aos profissionais com cargos mais altos, que possuem poder de decisão e influenciam na compra e implantação de novas tecnologias. Não ficam em contato direto com o controle de temperatura, porém respondem caso algo dê errado.
O perfil operacional são pessoas que ficam na "linha de frente" com o registro de temperatura, controle e armazenamento, não tem grande poder de decisão, e em reuniões com time se queixam da qualidade e importância dos equipamento constantemente. São profissionais que quando questionados sobre investimentos no local de trabalho, se mostram claramente frustrados.
No início a pesquisa apontava somente para o perfil farmacêutico (geral), porém no decorrer foi identificado que no cold chain existem outros perfis de profissionais que tem contato com medicamentos termossensíveis, e que podem ser beneficiados com a Next e seu produto.
Aplicação
Após a segunda revolução industrial com a introdução da produção em massa e a revolução digital para automatizar os processos, a Indústria 4.0 desponta como caminho natural para aumentar a competitividade do setor por meio das tecnologias digitais que engloba automação e troca de dados utilizando conceitos de Machine Learning, IoT e Cloud Computing.
O sistema atual da Next apresenta as mesmas informações dos outros players do mercado e também a solução reativa com alertas somente após a ocorrência do desvio.
Nesse projeto de inovação, é sugerido uma mudança para uma solução ativa aderente à indústria 4.0, em que mais uma informação será incluída no monitoramento do usuário que é a probabilidade do risco da temperatura passar dos limites estabelecidos. Assim, transformando a solução reativa para uma ativa, possibilitando ações preventivas.
O desenvolvimento ocorrerá no sistema da Next onde será agregado a ferramenta de Machine Learning. Os hardwares continuarão os mesmos.
Será analisado o Big Data das leituras dos sensores, horários, correlacionando dados dos dispositivos que estão na mesma sala, incluso as variáveis de temperaturas, umidade e queda de energia da cidade, analogias com sensores de outras localidades, estatística e algoritmo. Isso possibilitará a tomada de decisão ATIVA, reduzindo os índices de perda, garantindo a confiabilidade na qualidade e eficiência dos produtos administrados aos paciente e manutenção da reputação do hospital/clínica.